quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Ostracismo

No começo, os dois eram apenas bons amigos, com o tempo, tornaram-se inseparáveis e dai para o casamento não demorou muito. Enfim, ficou impossível pensar em um sem lembrar do outro, eram como arroz e feijão, abacaxi e hortelã, alface e tomate, carne seca e abóbora... Inseparáveis e perfeitos em conjunto!
Foi uma época de ouro para os dois! Sempre eram convidados para os melhores eventos e festas da alta sociedade, e estavam presentes nos jantares mais finos da cidade. Todos comentavam como eram feitos um para o outro e como se portavam bem diante da alta sociedade.
Toda essa fama durou algum tempo e eles aproveitarem bem. Mas não demorou muito para que eles começassem a cansar os chiques, eles então passaram a ser vistos em jantares não tão nobres assim e em companhias não tão refinadas. Logo passaram a ser menos exclusivos e até não eram mais tão bem vindos nas rodinhas mais exclusivas da cidade.
Eles tentaram carreira solo para ver se melhoravam a imagem, mas não não surtiu muito efeito, a ideia deles juntos já é forte demais. Parece que o ostracismo é mesmo o futuro deles ou, pior, a orkutização dessa dupla que já foi tão bem quista entre os mais finos.
Até porque, mesmo eu e você já demos de cara com Rúcula e Tomate Seco por ai.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Eu vi - Um dia desses

Nome original: Any day now
Direção: Travis Fine
Gênero: Drama
Ano: 2012
Duração: 98 min
País: EUA

O filme se passa nos anos 70 e conta a história do casal Rudy Donatello, que trabalha como dragqueen em uma boate gay  e Paul Fliger, um advogado que ainda está "dentro do armário". Juntos eles tentam adotar Marco, um adolescente com síndrome de down que foi negligenciado pela mãe drogada e que acaba indo presa. Mas, como era de se esperar, encontram muitas barreiras por causa da "natureza de seu relacionamento".
Rudy (Alan Cumming em ótima interpretação) e Marco são vizinhos e se conhecem quando a mãe do adolescente vai pra cadeia e deixa o garoto largado à sua própria sorte. Vendo a situação, Rudy resolve procurar Paul (que conheceu na noite anterior na boate onde trabalha) para que ele o ajude com o menino. A partir dai, o filme se desenrola mostrando como a sociedade podia (e pode) ser dura com os homossexuais. Apesar de toda a dureza da história, o filme é de uma delicadeza ímpar. Basta dizer que me emocionei só de ver o Marco usando uma camisa furada.
O filme é lindo, mostra o que já devia ser de conhecimento de todos: família é amor e não uma estrutura rígida e ultrapassada. Recomendo a todos que tenham o mínimo de sensibilidade. Lindo, lindo, lindo! O filme está em cartaz no Festival do Rio e acredito que entre em circuito depois.